sexta-feira, 20 de abril de 2012

CPI do caso Cachoeira nasce com Collor, Jucá e ficha-suja


20/04/2012 - 06h32

CPI do caso Cachoeira nasce com Collor, Jucá e ficha-suja



A CPI criada para investigar os negócios do empresário Carlos Cachoeira terá entre seus integrantes o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), que foi afastado do cargo por corrupção e hoje é senador, e pelo menos outros 17 parlamentares com pendências na Justiça, como o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o deputado federal Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), informa reportagem de Gabriela Guerreiro, publicada na Folha desta sexta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

As indicações para a CPI vão ser formalizadas até terça-feira. Somente depois disso a comissão será formalmente instalada e poderá dar início às investigações.


Os partidos já indicaram 25 dos 32 integrantes da comissão, mas pode haver mudanças, porque o governo tem procurado selecionar parlamentares mais afinados.
A CPI vai investigar a ligação de Cachoeira com políticos e empresas privadas --entre elas a Delta, que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007.
Entre as prioridades dos futuros membros da comissão, estão as convocações de Cachoeira e do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), suspeito de usar o mandato para favorecer negócios do empresário.


CPI do Cachoeira não preocupa Planalto, diz Gilberto Carvalho


DE BRASÍLIA
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse nesta quinta-feira (19) que a CPI do Cachoeira não traz preocupação ao Palácio do Planalto. Questionado se a investigação tem tirado o sono de alguém do governo, Carvalho afirmou apenas que tem dormido bem.
"O governo não tem com o que se preocupar a não ser em cumprir o nosso papel, que é trabalhar, produzir, conduzir o país. O Legislativo cuida da pauta dele e nós cuidamos da nossa. E vamos seguindo assim", disse.
O ministro voltou a negar interferência do governo na condução da CPI. "O governo não está falando sobre essa questão [da CPI do Cachoeira], essa é uma questão do Legislativo, peço a compreensão de vocês, é um assunto restrito ao Legislativo", completou.
Um assessor do Planalto, Olavo Noleto, já confirmou que teve contato com um dos principais interlocutores do grupo do empresário do jogo ilegal Carlinhos Cachoeira. "O governo ainda tem que administrar o fato de a construtora Delta, empresa que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007", também se ver envolvida no escândalo de corrupção.


19/04/2012 - 15h46

Demóstenes diz que seria 'falso heroísmo' assinar pedido de CPI


GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Suspeito de favorecer o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) disse nesta quinta-feira (19) que seria "falso heroísmo" assinar o pedido para criação da CPI que vai investigar a ligação do empresário com parlamentares e agentes privados.
"Não faço falso heroísmo. A vida toda fui coerente. Assinar, qual seria a razão? Falso heroísmo?", disse.
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Sem assinar o requerimento que criou hoje a Comissão Parlamentar de Inquérito, Demóstenes disse que respeita os colegas que pediram a investigação. "Acho que o Congresso tem razão para a CPI. Eu respeito o Congresso." E completou: "todos têm direito de assinar".
O senador reiterou que só vai se manifestar sobre as denúncias que o ligam a Cachoeira depois de apresentar sua defesa ao Conselho de Ética do Senado. Ele disse que já espera a convocação da CPI para prestar depoimento. "Obviamente [serei convocado]."
Sergio Lima - 18.abr.2012/Folhapress
Demóstenes Torres esteve ontem no plenário do Senado, mas evitou falar sobre o caso Carlinhos Cachoeira
Demóstenes Torres esteve ontem no plenário do Senado, mas evitou falar sobre o caso Carlinhos Cachoeira
Aos poucos, Demóstenes tenta retomar sua rotina de trabalho mesmo respondendo a processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética. Pelo segundo dia consecutivo, o senador registrou esta tarde sua presença no plenário, conversou com colegas e circulou pelos corredores da Casa até o seu gabinete.
"Estou voltando à rotina. É minha Casa, fui eleito para isso, tenho que trabalhar", afirmou.
Investigações da Polícia Federal, por meio das Operações Vegas e Monte Carlo sobre jogos de azar, indicam o envolvimento de agentes públicos e privados com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira --entre eles o senador.
Há suspeitas de que empresários e políticos receberam dinheiro de Cachoeira para promover tráfico de influência a fim de, entre outras ações, aprovar propostas, no Congresso, que beneficiasse o setor.
A CPI vai investigar a ligação de Cachoeira com políticos e empresas privadas --entre elas a Delta, que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007. Entre as prioridades dos futuros membros da comissão, estão as convocações de Cachoeira e Demóstenes.


19/04/2012 - 11h05

Congresso cria CPI para investigar caso Cachoeira


GABRIELA GUERREIRO
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

O Congresso criou na manhã desta quinta-feira (19) a CPI mista que vai investigar "práticas criminosas" cometidas pelo empresário de jogos ilegais Carlos Cachoeira, com a participação de agentes públicos e privados. O esquema foi revelado pelas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal.
Com a leitura do requerimento que pede a instalação da CPI no plenário do Congresso, que ocorreu hoje, a comissão fica automaticamente criada.
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Para ser instalada, no entanto, os líderes partidários precisam indicar seus membros. A presidente interina do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), deu o prazo até terça-feira (24) para os partidos indicarem seus membros na comissão --que será composta por 15 deputados e 15 senadores, com igual número de suplentes.
Os líderes afirmam que, entre as prioridades da CPI, está a convocação de Cachoeira para prestar depoimento. Também está nos planos dos parlamentares a convocação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), suspeito de favorecer os negócios de Cachoeira.
O pedido de criação da CPI foi protocolado na terça-feira com as assinaturas de 67 senadores e 340 deputados. Número mais do que suficiente para garantir a instalação. São necessários 171 na Câmara e 27 no Senado.
O governo da presidente Dilma Rousseff vai trabalhar para tentar manter sob controle a CPI. O objetivo é negociar com a base aliada, principalmente o PMDB, para evitar "pirotecnias" na CPI até o final de junho, contando que o recesso parlamentar de julho esfrie o caso.
No entanto, o Palácio do Planalto já traça uma estratégia para redução de danos no caso de revelações que atinjam contratos do governo federal.
Lula Marques/Folhapress
Sessão do Congresso Nacional que criou a CPMI, com a deputada Rose de Freitas na presidência
Sessão do Congresso Nacional que criou a CPI mista, com a deputada Rose de Freitas na presidência


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